Através de estudos científicos, os exercícios físicos tem revolucionado o significado de cuidado com a saúde. Se hoje – esse panorama já está mudando – você sai do consultório com uma receita de anti-inflamatórios, analgésicos e vasodilatadores, no futuro você levará um aconselhamento da atividade física ideal para manter – ou recuperar – sua saúde.
E isso não tem nada haver com aquela singular e subjetiva orientação “você precisa se exercitar”, e sim um plano claro e concreto da melhor forma de se movimentar para prevenir e tratar disfunções médicas já diagnosticadas ou para as quais você tenha predisposição. Por exemplo, corrida para tratar algumas enfermidades do trato respiratório ou pilates para tratar reumatismo.
Os pesquisadores do U.S. National Institutes of Health e outros médicos e cientistas dedicados a descobrir exatamente como a atividade física age no corpo humano, apostam em uma revolução médica baseada na atividade física. ¹
Além disso, O Colégio Americano de Medicina Esportiva está a frente de um movimento que recentemente passou inclusive a ser tema de seu congresso anual que reúne mais de cinco mil profissionais da área de ciências do esporte de todo o mundo. O tema recebeu o nome de “Exercício é Remédio”. Nada mais verdadeiro: é o remédio mais barato e eficaz que existe. Além de tratar, previne doenças. ²
Hoje em dia, inúmeras doenças são curadas com atividade física. Vale lembrar que, não faz muito tempo, o enfermo era proibido de fazer qualquer exercício físico. Atualmente até mesmo os cardíacos, são tratados com programas de atividades físicas.
Abaixo, alguns estudos sobre a relação entre enfermidades e exercícios físicos¹:
Alzheimer
Corrida de longa distância
Estudos em animais e pessoas têm mostrado que a atividade física é capaz de reduzir as perdas de massa branca e cinzenta do cérebro relacionadas à idade e aumentar a neuro gênese adulta, que é a criação de novas células em um cérebro já maduro.
O que as novas pesquisas desvendaram é que a corrida de longa distância é a ideal para essa finalidade – o que a torna adequada para pacientes com potencial para o mal de Alzheimer ou em níveis iniciais da doença.
Em estudos com animais, a corrida longa demonstrou duplicar e até triplicar o número de novos neurônios que aparecem no hipocampo, uma área-chave do cérebro para a aprendizagem e a memória, em comparação ao cérebro dos animais que permaneceram sedentários. Os cientistas acreditam que o exercício tem impactos semelhantes sobre o hipocampo humano. Quanto maior a distância, maior o número de novos neurônios.
Artrose no joelho
Caminhada e musculação
O tratamento conservador para a artrose é baseado em quatro pilares: alongamento, fortalecimento, controle motor (equilíbrio) e perda de peso.
“Muitos pacientes portadores de degenerações na coluna ou hérnias de disco são completamente assintomáticos”, diz o ortopedista Sérgio Maurício. Em 2015, foi publicado na Revista Americana de Neuro radiologia estudo em que pacientes sem nenhum tipo de dor foram submetidos à ressonância magnética da coluna. Mais de 40% dos indivíduos acima dos 30 anos tinham algum grau de degeneração discal e, entre aqueles acima de 50 anos, 45% possuíam hérnia discal. Para evitar e tratar o mal, invista em perda de peso através de atividades aeróbicas e fortalecimento muscular, principalmente com ênfase no abdome e na região lombar.
Câncer
Musculação, pilates e caminhada intervalada
“Quem está em tratamento contra um câncer sofre perda de peso intensa, além de fadiga e falta de força”, explica Bruno Gion de Andrade Cerazi, educador físico do Hospital Israelita Albert Einstein. Com liberação médica, o exercício de força pode prevenir a perda muscular acentuada e melhorar a sensação de fadiga. A musculação bem dosada, ioga, pilates e caminhada intervalada com trote mantêm a disposição.
Parkinson, diabetes, doenças pulmonares e cardíacas
Treinamento intervalado de alta intensidade– HIIT
Diferentemente do que se acreditava até agora, portadores desses males não estarão eternamente presos a atividades físicas monótonas. Estudos sugerem que o HIIT não só é seguro para a maioria dos doentes, mas mais eficaz em prevenir ou reverter os déficits associados a muitas doenças crônicas do que as atividades aeróbicas de baixo impacto. Os pesquisadores descobriram que levar o corpo próximo ao limite por períodos muito breves, intercalados com períodos de descanso, traz mais benefícios para a melhoria cardiovascular, respiratória, metabólica e das funções mecânicas.
¹ LEÃO, Natalia. Obrigado, ciência: Exercícios físicos estão ficando mais eficazes que remédios. GQ. 27/11/2016. Disponível em: <https://gq.globo.com/amp/Corpo/noticia/2016/11/obrigado-ciencia-exercicios-fisicos-estao-ficando-mais-eficazes-que-remedios.html>.
² BARROS, Turibio. Exercício é o remédio mais barato: além de tratar, previne as doenças. Eu Atleta. 24/12/2013. Disponível em: < http://ge.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/2013/12/exercicio-e-o-remedio-mais-barato-alem-de-tratar-previne-doencas.html>.